O ano de 2023 se revelou um período favorável para o mercado de locação de imóveis, especialmente na cidade do Rio de Janeiro. Dados do Sindicato da Habitação (Secovi Rio) indicam uma demanda crescente em comparação com a oferta disponível, resultando em um cenário propício para a valorização do metro quadrado dos imóveis destinados à locação na região.
A conjunção entre o aumento da taxa Selic, as incertezas políticas e econômicas desde o final de 2022 e a subsequente elevação das taxas de financiamento imobiliário desfavoreceu o segmento de compra e venda, que anteriormente vinha registrando crescimento nos últimos anos. Assim, o mercado imobiliário em 2023 viu um reposicionamento significativo, priorizando a locação residencial.
Em setembro de 2023, o valor médio do metro quadrado residencial para locação na cidade do Rio atingiu a marca de R$40,15. No mesmo período do ano anterior, esse valor era de R$31,06, representando uma valorização de aproximadamente 30%. Cerca de 145 mil imóveis estiveram disponíveis para locação residencial nos últimos 12 meses, com bairros como Ipanema e Leblon, na zona sul, se destacando com uma valorização do metro quadrado superior a 50%.
Maurício Eiras, estatístico da Secovi Rio, observa: "Toda essa valorização reflete a dinâmica da oferta e demanda. Se houver uma alta procura por locações, os proprietários tendem a valorizar seus imóveis. Já na compra e venda, nossos dados indicam um comportamento mais estável, mantendo o valor do metro quadrado ou até mesmo apresentando uma pequena queda. As pessoas estão cautelosas e preferem aguardar para avaliar o panorama econômico e as taxas de juros antes de decidir pela compra."
Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio, expressa a expectativa de que 2024 traga mais estabilidade para o mercado de locação de imóveis residenciais, antevendo uma possível redução na taxa de juros, o que poderia equilibrar a demanda com a oferta. Ele destaca que a valorização no mercado de locação é fruto do contexto de incertezas políticas e econômicas, combinado com taxas de juros elevadas. Com uma normalização desses fatores, a tendência é que a situação se estabilize para a locação residencial.
Darlan Carlos de Souza, diretor do Creci-RJ, comenta sobre a alta demanda no mercado de locação: "Minha área de atuação abrange diversas regiões, e tenho observado um aumento significativo nas locações ao longo do ano. A alta da taxa Selic criou um momento delicado para a compra e venda, com juros elevados e restrição de crédito, o que influenciou o aumento da procura por aluguéis. Estou enfrentando uma escassez de imóveis para atender à demanda, com praticamente zero disponibilidade em minha carteira para locações."
Além disso, áreas como a zona oeste do Rio também estão registrando uma valorização expressiva, ocupando a segunda posição no ranking de maior valor do metro quadrado na cidade para locação residencial, atingindo a marca de R$39,48. Luciana Costa de Oliveira, delegada do Creci-RJ do Recreio, destaca o crescente interesse nessa localidade, especialmente por estudantes de fora do estado que procuram imóveis para locação, gerando uma demanda considerável em relação à oferta.
Outro destaque é a alta procura por imóveis de alto padrão, conforme mencionado por Elma Giovanelli, delegada da Delegacia Regional do Creci-RJ da Barra da Tijuca. Essa área está atraindo CEOs em busca de imóveis luxuosos, com locações que chegam a ultrapassar o valor de uma prestação, caso fosse considerada a compra do imóvel. A Barra da Tijuca continua sendo um bairro atrativo para investimentos, moradia ou mesmo para ter uma segunda residência ou para férias.
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